Por que é inevitável viver o Tomorrowland Brasil? Saiba como foi a edição 2025

Por que é inevitável viver o Tomorrowland Brasil? Saiba como foi a edição 2025

Existem experiências. Existem festivais. E existe o Tomorrowland. Pode parecer blasé dizer que o festival belga é diferenciado em todos os sentidos, mas de fato, ele é. É o tipo de vivência que escapa de qualquer comparação, responsável por despertar sensações únicas, desde os detalhes que transformam cada cantinho em um ambiente mágico, no line-up que revela novos artistas e reúne os maiores nomes da música eletrônica e, além disso, na sensação indescritível de pertencimento que toma conta de quem está ali, seja sozinho ou entre amigos, independente da idade.

Entre os dias 10 e 12 de outubro, cerca de 180 mil People of Tomorrow de mais de 100 países se reuniram no Parque Maeda, em Itú, para mais uma edição histórica do Tomorrowland Brasil. Foram três dias intensos, com encontros e reencontros, presenciando verdadeiros espetáculos protagonizados pelos mais de 150 artistas divididos entre os seis palcos surpreendentes, principalmente diante da estrela da vez, o MainStage ‘LIFE’.

Ao combinar elementos da natureza, criaturas fantásticas, fontes, cachoeiras e muita tecnologia, o palco ‘LIFE’ se transformava ao longo do dia, oferecendo duas experiências distintas. Pela manhã e à tarde, estar na frente do palco era como mergulhar em uma floresta encantada, com cada detalhe visível de perto; de longe, a visão geral permitia apreciar a integração de todos os elementos e a magnitude da cenografia. À noite, o espetáculo mudava completamente: lasers, efeitos visuais e fogos de artifício tornavam o palco ainda mais impressionante, criando uma experiência totalmente imersiva tanto para quem estava no front quanto para quem acompanhava de mais longe.

Por que é inevitável viver o Tomorrowland Brasil? Saiba como foi a edição 2025
Divulgação Tomorrowland Brasil

Entre os momentos mais marcantes no MainStage está a volta do DJ TOP 1, David Guetta, fechando o primeiro dia do evento. O francês protagonizou um set repleto de nostalgia e surpreendeu seus fãs ao anunciar que sua apresentação seria estendida, levando todo mundo à loucura. Já no sábado, uma sequência digna de palco principal: Vintage Culture e DJ Anna mostraram a força do Brasil com seu famoso b2b. Axwell brilhou com hits atemporais, complementados por fogos de artifício – ele gosta, né?!, e o dia terminou com Dimitri Vegas, um dos pioneiros que carrega o nome do festival por onde passa. No domingo, Alok hipnotizou todo mundo com o maior espetáculo de drones da América Latina, com cerca de 1.000 deles sobrevoando o palco e formando imagens quase irreais, como um grande buraco negro se abrindo no céu.

Chuva no Tomorrowland Brasil? Dessa vez não!

Falando em céu, algo que não só chamou a atenção, como também merece um super destaque foi a previsão do tempo. Na semana do evento, todo mundo já se preparava para dias de muita chuva. No entanto, depois de um simples post da Fundação Cacique Cobra Coral (instituição esotérica que, por meio de uma entidade espiritual, afirma ter a capacidade de intervir no clima para evitar chuvas e minimizar catástrofes naturais) nas redes sociais, o tempo ficou estável e mesmo com nuvens carregadas, não teve nada de chuva – ok, no final do domingo algumas gotas caíram, mas nada que atrapalhasse o fechamento da experiência.

A maratona dos palcos

Ninguém fala o quanto é difícil decidir qual apresentação assistir. Digo por mim: mesmo com toda uma lista estratégica para ver os sets, nada sai como o planejado. Entre encontros inesperados e mudanças de planos de última hora, um sapato confortável acaba sendo a melhor companhia. Neste caso, vamos falar sobre a minha maratona.

Crystal Garden

Por que é inevitável viver o Tomorrowland Brasil? Saiba como foi a edição 2025
Divulgação Tomorrowland Brasil

Uma das grandes novidades deste ano foi o palco Crystal Garden, um dos mais queridinhos da edição bélga que desembarcou pela primeira vez para os lados de cá. Ele manteve o jardim suspenso e as fontes de água, além de ser casa de grandes nomes de várias vertentes do house. Na sexta-feira, Curol brilhou no começo da tarde com seu afro house de respeito. Mais tarde, foi hora de conferir de perto o novo projeto de Alok, “Something Else”, um set elegante e muito bem construído – confesso que saí surpreendida. Já no sábado, o tech house envolvente de Max Styler e Wade incendiaram a pista. Por fim, no domingo, o brasileiro Zac entregou uma hora e meia de muita música boa. 

Neste palco também se apresentaram nomes como Fatsync, brasileiro em ascensão que foi um dos únicos nomes revelações a ser convidado pelo segundo ano consecutivo no festival. Durante o nosso bate-papo na Vila dos Artistas, o paranaense revelou que a sensação é indescritível. “É a realização de um sonho e estar aqui pelo segundo ano consecutivo é a realização de mais um sonho, não tenho palavras para expressar”, disse. Ainda no Crystal Garden, um dos veteranos da música eletrônica brasileira, Gabe, protagonizou um b2b inédito com outro nome que vem ganhando destaque na cena, Roddy Lima. Além disso, o produtor foi o único artista a levar 3 projetos diferentes a mesma edição do festival (Gabe, Growling Machines e Wrecked Machines). Também no espaço dedicado aos artistas, o paulistano mostrou orgulho ao ver seus projetos mais antigos sendo abraçados também pelo público mais jovem.

Freedom

Divulgação Tomorrowland Brasil

Para o ano de 2025, o Tomorrowland Brasil apostou na mesma estética de 2024 e as borboletas voadoras brilharam muito no Freedom. A atmosfera do palco era absurda: as batidas do techno, hard techno e techno melódico se envolviam em harmonia com os telões 360º e os lasers infinitos que tomavam conta de todo o espaço. Tanto no sábado, como no domingo, resolvi fechar o dia nesse mood e posso afirmar: que escolha perfeita. No sábado, Reinier Zonneveld hipnotizou todo mundo com sua dinâmica única de construir a música ao vivo, totalmente no improviso. Já no domingo, um dos b2b’s mais aguardados: Nico Moreno e Azyr, duas lendas do hard techno que deixou todo mundo de queixo caído. Uma imagem que marcou esta edição com certeza foi o momento em que I Hate Models se juntou aos dois na cabine. Histórico!

Core

Divulgação Tomorrowland Brasil

Pode passar o tempo que for, mas desde a primeira vez que eu vi o CORE, me apaixonei. A proposta de unir arte, tecnologia, natureza e um som hipnotizante, com uma estética incomparável, faz com que ele seja o meu palco preferido entre todos. E domingo, pra mim, foi o dia dele. A maratona do último dia começou com um set elegante num b2b que eu ainda não conhecia e amei: Etecetera e Pedro Gariani. Durante à noite, mesmo com a mini chuva, Maz e Bruno Antdot protagonizaram um set histórico – sempre se superando  em Tomorrowland’s – e muito intimista.

Morpho

Divulgação Tomorrowland Brasil

Outra estreia que rendeu muito elogio neste Tomorrowland Brasil foi a chegada do palco Morpho, nunca antes usado em nenhuma edição do festival. Por mais que eu não tenha ficado muito tempo neste palco justamente pela logística e mudança de planos, a estrutura surpreendeu e nomes consagrados do psy trance lotaram a pista. Um dos maiores destaques fica por conta do b2b entre os brasileiros Blazy e Vegas, encerrando o festival em grande estilo.

Para fechar, não posso deixar de elogiar outros dois sets: Agents of Time (sexta) e Argy (domingo). São dois projetos que eu amo e não poderia deixar de ver. Aliás, o Argy conquistou ainda mais meu coração depois desse set que, mesmo curto, foi o melhor do palco principal pra mim.

“É galera, quem nunca veio no Tomorrowland, tem que vir. É mágico!”, Gabe

Essas foram as palavras do Gabe durante nossa entrevista na Vila dos Artistas. E ele realmente está certo. Mesmo para aqueles que não gostam ou não costumam ouvir música eletrônica, é uma experiência que vai muito além da música e uma ótima oportunidade para descobrir o novo. Mais uma vez, o festival deu aulas de estrutura, desde a montagem dos palcos até os detalhes minuciosos da lixeira. Muitos espaços para descansar, ativações dos principais patrocinadores com grandes surpresas, banheiros limpos, bares sem filas, farmácia e, do básico ao gourmet, inúmeras opções de experiências gastronômicas para todos os gostos.

Além disso, neste ano pude conhecer as instalações do DreamVille, o acampamento oficial do Tomorrowland. Posso dizer que fiquei totalmente surpreendida com a estrutura. São três categorias de hospedagem diferente – Magnificent Greens, Easy Tent e Easy Tent Spectacular – um palco exclusivo para uma festa que antecede os dias oficiais do festival, bem como uma cidade completa criada com tudo que o público precisa para se sentir confortável e pertencente ao mundo mágico do festival. Não posso deixar de citar as práticas sustentáveis que se concentram em três áreas principais: planeta, pessoas e propósito. Uma aula de organização e estrutura.

Divulgação Tomorrowland Brasil

Depois de três edições consecutivas do Tomorrowland Brasil, o festival é algo que já faz parte da minha vida. A edição 2025 conseguiu superar as expectativas e depois dessa aula de experiência, posso afirmar que a ansiedade para a próxima edição, que foi confirmada para abril de 2027, já está nas alturas. Obrigada, Tomorrowland Brasil.

Leia também: Tomorrowland além do festival: como o Global Journey tem redefinido o turismo de experiência?

Foto de Julia Paiva
Julia Paiva