Entre a garoa e o groove: Solomun e BOMA fazem história em São Paulo

Mesmo com os termômetros anunciando a chegada de uma frente fria na capital paulista, na última sexta-feira, 4, o Vale do Anhangabaú foi incendiado com uma apresentação épica de um dos nomes mais imponentes da música eletrônica: Solomun. O bósnio-alemão reuniu cerca de 11 mil pessoas em mais uma edição do BOMA, tradução para ‘Born Of Music Addiction’, e elevou as temperaturas com uma apresentação inesquecível – é exagero falar que esta já figura como a melhor festa de 2025?

Estranho seria se o DJ e produtor não fosse conhecido como o ‘rei dos long sets’. Com uma presença de palco carismática e transições precisas, o europeu conduziu a pista com tracks nunca lançadas e presenteou os fãs com uma sequência de clássicas já pela manhã, como é o caso do remix de “Around“, uma das músicas mais cobiçadas do artista. Além disso, uma das principais qualidades de Solomun é ter uma leitura de pista afiada em conjunto com sua curadoria musical atemporal, transformando qualquer apresentação em um verdadeiro espetáculo. Por mais que a garoa fria paulistana tomasse conta do Vale do Anhangabaú, o público deu uma resposta positiva e mesmo com uma hora e meia a mais de apresentação, não arredaram o pé enquanto o som não desligasse.

Essa conexão entre público e artista mostrou que a teoria do bósnio-alemão estava totalmente certa. Para ele, a música não é apenas uma ferramenta para fazer as pessoas dançarem, mas uma forma de enxergar a diversidade da vida, com nuances, momentos e novas memórias a serem criadas. A música desperta emoções e vice-versa, e essa inter-relação – com Solomun representando a música e o público representando as emoções – é o que cria a magia ao redor de suas performances.

Solomun em solos brasileiros com o DNA BOMA e Entourage

O evento, produzido pelo BOMA e Entourage, criou uma atmosfera cosmopolita entre os prédios históricos do centro de São Paulo, fazendo jus a proposta de levar experiências sensoriais pensadas para além da pista de dança. A iluminação, cenografia e ambientação visual dialogaram com o som e o público, principalmente no decorrer da madrugada, quando a arquitetura do Vale foi tomada por uma atmosfera quase cinematográfica. A fluidez da operação, som de alta qualidade, bares e banheiros bem posicionados e, claro, um público totalmente envolvido completaram a experiência. Um evento para ir de olhos fechados, principalmente para quem não dispensa uma ótima organização e estrutura.

Foi a primeira vez que Solomun veio para o Brasil com este novo formato apresentado pelo BOMA. Além de São Paulo, o bósnio-alemão consagrou um sunset especial no domingo, 6, em Niterói, no Caminho Niemeyer, levando seu carisma e curadoria musical a solos cariocas.

Ver Solomun tocar é sempre um prazer. E mesmo com o passar dos anos, a conexão que ele cria na pista continua única. Por aqui, a torcida já começou: que esse retorno aos palcos brasileiros não demore a se repetir.

@solomun @weare_boma @entourage.br

Foto de Julia Paiva
Julia Paiva