O jet-setter Pedro Hering Bell sugere dicas sobre a Cidade Eterna, incluindo passeios imperdíveis e uma opção de hospedagem que é um luxo
Uma das cidades mais importantes da história da humanidade, Roma é um dos meus destinos favoritos. A capital da Itália e da região do Lácio é a quarta cidade mais populosa da Europa, com quase 4 milhões de habitantes. Cortada pelo Rio Tibre, trata-se da única cidade do mundo que tem em seu interior um país, o Vaticano.
“La Città Eterna” – como era chamada pelos poetas da Roma Antiga – a cidade abriga alguns dos destinos turísticos mais visitados do mundo como o Forum Romano e o Coliseu, também conhecido como Anfiteatro Flaviano, este último considerado uma das maravilhas do mundo. Berço da civilização ocidental Roma tem mais de dois mil e quinhentos anos de história e após a Idade Média foi um dos centros do Renascimento italiano, ao lado de Florença. Por toda a cidade respira-se arte e história. Eu estive novamente lá em junho e revelo aqui alguns dos highlights da minha visita.
La Dolce Vitta está de volta
Depois de muitas tentativas eu finalmente consegui uma reserva em um hotel icônico da Itália que eu queria muito me hospedar, o Baglioni Hotel Regina. Ele tem este nome pois foi a residência da Rainha Margherita di Savoia enquanto ela aguardava o final da construção da sua “Villa Margherita”. Este palácio datado de 1904 reflete o espírito da Itália do começo do século XX e é considerado uma das construções históricas mais importantes de Roma.
Todo trabalhado em estilo art-decô, movimento artístico que começou na Europa em 1910 e teve seu apogeu nos anos 20 e 30, o hotel está localizado na estratégica Via Veneto a poucos metros da Villa Borghese, Piazza di Spagna e da Via Condotti, a famosa rua da moda. Junto com Nova Iorque, Paris e Milão Roma, é considerada uma das capitais mundiais da moda.
Para quem tem bala na agulha sugiro optar por uma das suítes do hotel. A Roman Penthouse Suite é o epítome do luxo, com 560 metros quadrados onde encontra-se uma suíte máster, duas salas de estar, uma sala de jantar, dois quartos , quatro banheiros, um terraço com vista completa da cidade, jacuzzi na área externa e uma academia equipada com aparelhos de última geração Technogym. Com capacidade para seis pessoas, quem se hospeda lá tem acesso restrito por elevador com chave de segurança, mordomo particular, concierge na suíte para máxima privacidade, chef e barman na suíte por três horas ao dia e limusine para trajetos dentro da cidade. A diária custa 12 mil Euros.
Para quem não pretende investir uma quantia tão expressiva os quartos tem preços à partir de 260 Euros e não decepcionam. Pelo contrário, o piso de mármore negro, os maravilhosos amenities Ortigia e a decoração art-decô fazem você se sentir vivendo La Dolce Vita.
Um dos highlights deste hotel histórico é o Brunello Lounge & Restaurant, considerado um dos melhores da Itália. A atmosfera lá mescla design contemporâneo com a tradicional elegância italiana e a gastronomia mediterrânea oferecida é impecável. Com entrada independente pela Via Veneto, esta jóia da gastronomia é aberta também para quem não se hospeda no hotel. Para quem busca uma autêntica experiência italiana o Baglioni Hotel Regina é ideal.
Sightseeing
Como as opções de programas em Roma são infinitas, minha sugestão é bem simples: comprar um ticket para os inúmeros ônibus para turistas de dois andares que transitam pelas principais atrações turísticas. Vá ao andar superior, ponha seu fone de ouvido que explica o que é o quê, e desfrute um passeio delicioso. Este tipo de transporte é indicado para quem nunca foi a Roma – e mesmo para quem já esteve lá antes – e não quer gastar grandes quantias com tours privados ou motoristas particulares. Além de oferecer uma vista privilegiada estes ônibus são abertos e param nos pontos mais importantes possibilitando conhecer melhor cada lugar de seu interesse.
Como eu já conhecia muitos pontos turísticos de Roma desci apenas nas paradas que davam acesso ao Vaticano (queria muito conhecer o Museu Vaticano) e à Fontana de Trevi, que foi toda reformada. Não esqueça de levar uma moeda para jogar na famosa fonte imortalizada por Anita Ekberg no filme La Dolce Vita de Federico Felini. Mas prepare-se: a famosa fonte é abarrotada de turistas.
Há também a opção de comprar o Roma Pass, que dá acesso à um ou dois museus (dependendo se ele é válido para 48 ou 72 horas), e utilização dos transportes públicos como metrô, ônibus e trens, além de descontos em exposições, eventos e alguns serviços turísticos. Este passe garante acesso direto ao Coliseo e ao Castel Sant’Angelo sem ter que ficar em filas.
Eu fiquei boquiaberto com o Museu do Vaticano e emocionado em conhecer a Capela Sistina onde pode-se admirar de perto o trabalho de Michelângelo. É importante ter ciência que não é permitida o acesso à igrejas e outros sítios religiosos usando shorts, saias acima do joelho, ombros de fora e decotes ousados. Uma dica: compre os tickets de acesso ao Museu Vaticano com o concierge do seu hotel e evite as imensas filas. Roma é, definitivamente, uma cidade para se voltar muitas vezes.
Fotos Créd.: Pedro Hering Bell e Divulgação