Régis Bortolin fala sobre a importância das conexões de valor; confira a entrevista exclusiva

Tivemos o prazer de conversar com Régis Bortolin, uma figura emblemática no cenário de negócios digitais do Brasil. Atualmente ocupando o cargo de Chief Revenue Officer na Eduzz, Régis tem sido um catalisador para o crescimento e inovação na empresa.

Nesta entrevista exclusiva, Régis compartilha insights valiosos sobre a importância das conexões de valor e a maneira como a Eduzz vem fortalecendo sua comunidade de infoprodutores. Acompanhe as reflexões de um líder que não apenas entende profundamente o mercado digital, mas também desempenha um papel crucial em moldar o futuro do setor.

O Seven Summit deste ano foca em construir uma base sólida antes de pensar em escalar. Como essa abordagem se relaciona com os desafios atuais que os criadores de infoprodutos enfrentam no mercado digital?

O Seven Summit concentra-se em construir uma base sólida e explora como essa abordagem se relaciona com os desafios atuais enfrentados pelos criadores de infoprodutos no ambiente digital. Inicialmente, vale ressaltar que, assim como em qualquer negócio, os empreendedores digitais estão em uma jornada semelhante à de qualquer outro empresário. Esta jornada geralmente começa com o desejo de sucesso e de ganhar dinheiro, às vezes como uma fonte de renda extra.

As razões para começar a empreender no digital frequentemente surgem de alguma necessidade pessoal. Pode ser a insatisfação com o emprego atual, a necessidade de um ganho financeiro adicional, ou mesmo a falta de emprego. Essas pessoas veem no digital a chance de fazer o que amam, ensinar sobre suas paixões e começar a ganhar dinheiro. No entanto, como em qualquer início de negócio, o estágio inicial é marcado pela sobrevivência.

À medida que o empreendedor cresce e desenvolve seu negócio, ele precisa começar a escalar. Isso envolve validar o produto, definir uma oferta, identificar o público-alvo e descobrir estratégias para aumentar as vendas. Eventualmente, o que começou como um hobby, como a criação de um infoproduto, transforma-se em um negócio real que exige uma base sólida e uma gestão robusta, incluindo o gerenciamento de custos, equipe e parcerias.

Neste contexto, o empreendedor digital eventualmente se torna um empresário. Em qualquer fase da jornada — seja na sobrevivência inicial, na fase de escalonamento ou na sustentação do negócio —, ele enfrentará desafios que podem ser superados com bons fundamentos, que são princípios universais aplicáveis a qualquer tipo de negócio. Muitas vezes, o empreendedor pode estar à procura de uma solução milagrosa quando, na realidade, deveria focar em executar bem o básico.

O básico no início da jornada inclui definir um cliente, realizar as primeiras vendas e entregar o primeiro produto. Na fase de escalonamento, o desafio é aumentar a receita sem elevar proporcionalmente os custos, além de otimizar a entrega de infoprodutos ou mentorias. Na gestão, é fundamental entender os princípios básicos de gestão e adaptar a mentalidade de um vendedor de produtos digitais para a de um empresário.

Esses fundamentos, se seguidos, oferecem maior perenidade ao negócio, independentemente da estratégia adotada ou das condições de mercado. Como costumo dizer, no final, tudo volta ao princípio: em um mercado competitivo, quando você se atém ao básico e atende bem às necessidades dos clientes e da equipe, você consegue manter o negócio a longo prazo. E hoje em dia, o setor digital está se profissionalizando cada vez mais, exigindo fundamentos sólidos como qualquer outro negócio, seja ele físico ou digital, com a vantagem de que, no digital, é possível escalar com maior lucratividade e impacto.

Com sua vasta experiência em gestão e crescimento de negócios, como você vê a importância da adaptação rápida às mudanças do mercado digital, tema que é uma pedra angular deste evento?

A adaptação no digital é essencial, assim como em qualquer outro negócio. O digital é apenas um meio ou um canal, seja para vender, fazer marketing, entregar produtos ou estabelecer um relacionamento com os clientes. Essa adaptação pode ser feita tanto digitalmente quanto fisicamente; a escolha do meio não altera a essência do negócio.

Quando as redes sociais começaram a ganhar destaque, aqueles que as adotaram cedo tiveram a vantagem de “beber água limpa” e crescer com mais facilidade, navegando uma onda praticamente sozinhos. Da mesma forma, os infoprodutos, mesmo com estratégias simples e produtos nem sempre tão profissionalizados, conseguiram se estabelecer com sucesso. Porém, o mercado hoje está mais concorrido, com centenas de milhares de players ativos oferecendo infoprodutos, mentorias, imersões e eventos. O crescimento do mercado exige uma adaptação mais rápida, à medida que novos concorrentes surgem com estratégias mais criativas e sofisticadas, focando em nichos específicos para resolver os problemas dos clientes.

A adaptação é crucial, e o digital, assim como mencionei anteriormente, é um negócio em si, baseado em educação e transformação. Compreender como transformar e educar o cliente, seja digital ou offline, é fundamental. Todos os dias surgem novos métodos, ferramentas e estratégias. O mercado digital existe porque há estratégias de vendas em evolução. No início, a estratégia de lançamento, conhecida como fórmula de lançamento, pautou o comportamento de muitos negócios digitais e construiu a base de vários deles, apesar de ser apenas uma campanha de vendas e não um modelo de negócio em si.

Atualmente, existem diversas estratégias além dos lançamentos. Se um negócio digital entende que se trata de um negócio de educação baseado na transformação através do conhecimento, os fundamentos serão sólidos e a proximidade com o cliente será alta, fazendo com que a adaptabilidade ocorra naturalmente. O que deve ser evitado é o crescimento que leva à burocracia, ao distanciamento do cliente e à falta de compreensão das verdadeiras inovações, que devem surgir das necessidades básicas dos clientes e não de processos internos, como é comum em empresas excessivamente burocráticas.

O evento promete reunir líderes do mercado digital para compartilhar estratégias valiosas. Poderia nos dar um exemplo de uma estratégia inovadora que será discutida e como ela pode beneficiar os participantes em longo prazo?

Vamos então compartilhar uma estratégia que, embora não pareça inovadora para alguns mercados, revela-se como tal no digital. A inovação muitas vezes não envolve criar algo totalmente novo, mas adaptar princípios sólidos e validados a novos contextos ou cenários. Surpreendentemente, uma das inovações mais significativas no mercado digital nos últimos um ano e meio tem sido a estruturação de uma equipe comercial interna, conhecida como “inside sales”. Essa equipe, que lida diretamente com os leads e oportunidades de negócio, vem ganhando cada vez mais destaque.

Historicamente, a figura do vendedor sempre foi essencial em qualquer negócio, seja em imobiliárias, concessionárias ou lojas. No entanto, o mercado digital inicialmente dependia menos desse tipo de profissional devido à sua alta escala, margens elevadas e processos de venda predominantemente online. Era comum fazer vendas substanciais completamente online sem a interação direta de vendedores. Recentemente, porém, com o aumento da concorrência e um público mais experiente e crítico em relação aos infoprodutos, surgiram mais objeções e questionamentos durante o processo de compra.

Neste cenário, faz sentido integrar vendedores para ajudar a superar objeções e fortalecer os argumentos em favor dos produtos. Assim, enquanto a equipe de marketing gera consciência e desejo, a equipe comercial se encarrega de concretizar as vendas. Esse modelo, embora comum em outros setores, representa uma novidade no mercado digital, destacando a relevância desses profissionais em lançamentos e vendas de infoprodutos.

Além disso, está se fortalecendo a percepção de que encantar o cliente e proporcionar uma excelente experiência são essenciais para o crescimento sustentável de um negócio. Uma empresa que não retém clientes ou não gera recorrência não se sustenta a longo prazo. Ela depende constantemente de atrair novos clientes, um desafio que se torna maior à medida que o mercado se satura. Portanto, fidelizar e encantar o cliente não só aumenta a probabilidade de ele voltar a comprar, mas também eleva o valor médio dessas compras e, consequentemente, a lucratividade e o retorno a longo prazo.

Portanto, o mais inovador no mercado não são os dígitos de faturamento, mas sim os de lucratividade. A equipe comercial e a equipe de experiência do cliente estão se tornando cada vez mais fundamentais, garantindo que a venda e a entrega sejam o núcleo do negócio, e não apenas as campanhas de lançamento e marketing.

Como o Seven Summit reforça ou amplia a missão da Eduzz de fornecer soluções abrangentes para vendas e ensino online?

O Seven foi concebido com o objetivo de beneficiar nossa comunidade desde sua primeira edição, e agora estamos caminhando para a quinta. Acreditamos firmemente no poder do encantamento, da experiência, da cultura e do foco no longo prazo. Convictos de que um negócio cresce de dentro para fora, compreendemos que é pelo entendimento da própria cultura e visão, e por meio do atendimento eficaz às necessidades dos clientes, que descobrimos formas de expandir nosso negócio.

Isso pode envolver desde a criação de uma marca e um posicionamento que emanem dessa cultura, o que por sua vez gera recomendações e fortalece a comunidade, até o desenvolvimento de novos produtos, ofertas e campanhas que atraiam clientes mais alinhados com nossos valores. O Seven sempre representou o coração da comunidade da Eduzz, e o impacto desejado está cada vez mais evidente no tipo de cultura que queremos introduzir no mercado.

Acreditamos que o futuro do mercado não está em práticas focadas unicamente em vender produtos sem transformação, qualidade ou impacto significativo. Não apoiamos a ideia de ganhar dinheiro rapidamente e abandonar o mercado. Nosso foco está em construir negócios sólidos, confiáveis e encantadores, tanto para colaboradores quanto para parceiros e clientes. Queremos que a influência positiva de nossa cultura seja claramente percebida pelos clientes a partir do Seven.

O Seven é um espaço tanto para reconhecer o crescimento dos clientes quanto para comunicar a visão e as crenças da Eduzz. Nosso posicionamento visa atrair pessoas para um ambiente que valoriza a colaboração em vez de competição acirrada e práticas predatórias. Rejeitamos estratégias que promovam ganhos às custas dos outros e preferimos promover um jogo colaborativo, de longo prazo e baseado na comunidade.

Assim, o Seven existe para reunir nossa comunidade em torno dessa visão e dessas crenças, convidando todos a se juntarem na construção de um mercado mais sólido, profissional e focado na verdadeira entrega e transformação, não apenas em ganhos de curto prazo.

Conexões de Valor: Você enfatiza a importância de relações autênticas além do networking. De que maneira o Seven Summit facilita esse tipo de conexão duradoura entre os participantes?

Sobre conexões de valor, nossa crença na importância da comunidade é forte, como mencionei anteriormente. O evento, direcionado à comunidade de infoprodutores e aos clientes da Eduus, reflete profundamente essa conexão. As pessoas que participam do evento retornam a cada edição não apenas como participantes recorrentes, mas também apresentando crescimento significativo desde a última vez que estiveram presentes. Elas são reconhecidas no palco pelo seu desenvolvimento ao longo do ano e pela superação de desafios.

Esses reencontros, agora em um novo patamar, propiciam um ambiente rico para compartilhamento de experiências. Levamos ao palco da Eduus nossos próprios clientes, que são empreendedores reais construindo seus negócios digitais, alinhados com nossas crenças e alcançando resultados lucrativos significativos. Acreditamos que o verdadeiro negócio se constrói no dia a dia e não apenas nos palcos. O palco serve para contar essas histórias, mas é no cotidiano que os negócios realmente são formados.

Assim, nossos clientes compartilham suas histórias e experiências no palco, e com cada evento, crescem e ganham mais protagonismo dentro da comunidade. O “7” é um evento para a comunidade, onde o verdadeiro protagonista é o cliente. Essa conexão se fortalece porque eles se encontram frequentemente, não apenas no “7”, mas em todos os outros programas e eventos que oferecemos, criando uma coleção de clientes encantados e cada vez mais engajados.

Quais tendências emergentes no ensino e venda de infoprodutos você acredita que serão mais significativas nos próximos anos, e como o Summit prepara os participantes para estas?

Falando sobre tendências futuras, a projeção é que os negócios digitais cada vez mais se assemelhem a negócios tradicionais em termos de estrutura e fundamentos. As constantes atualizações em estratégias de redes sociais e o emprego de inteligência artificial são cruciais, pois transformam nosso modo de operar, de entregar produtos e de promover o crescimento. Tais tecnologias facilitam processos e aumentam significativamente a produtividade.

Contudo, a tendência no mercado digital é que, ano após ano, os negócios que mais crescem são aqueles que adotam fundamentos sólidos já testados em outros mercados. Por exemplo, a inclusão de uma equipe comercial ou de vendas, algo comum no mercado tradicional, está se tornando cada vez mais relevante no ambiente digital. Além disso, as equipes de sucesso do cliente e de experiência do cliente estão se destacando.

Pensar o modelo de negócios de forma mais abrangente do que apenas como uma estratégia de vendas representa a grande evolução do mercado digital. Existem várias empresas que operam com infoprodutos, mas não são tipicamente reconhecidas como tal. Um exemplo disso é a OpenEnglish, uma plataforma de aulas de inglês, que é essencialmente um negócio de infoprodutos. Enquanto muitos infoprodutores focam em campanhas de vendas e lançamentos, a OpenEnglish se destaca por sua abordagem tecnológica e por sua expansão através de uma rede de professores e parceiros.

Portanto, acredito que a tendência é repensar os modelos de negócios de uma maneira que permita uma escala ou impacto maiores do que os modelos atuais, que são baseados principalmente em metodologias de vendas.

Considerando o público jovem da Escape, como você descreveria a experiência única que o Seven Summit oferece, especialmente no que diz respeito a agregar valor e oferecer uma atmosfera de alto nível?

Este é um lugar considerado muito democrático. Acreditamos que todos devem ter a oportunidade de crescer e acessar um espaço de alto nível, embora poucos saibam como alcançar isso. Por isso, o Seven é tão especial para os jovens leitores da revista que participam do evento. Eles têm a chance de ver no palco especialistas e empresários que alcançam resultados significativos, alcançando 7, 8 e até 9 dígitos por ano. O evento revela não apenas o que esses profissionais fazem para atingir tais marcos, mas também qual foi a trajetória que percorreram para chegar lá.

O palco do Seven se torna um local de grande inspiração, onde empreendedores reais, que enfrentaram desafios financeiros, emocionais, de negócios e estruturais e os superaram, compartilham suas histórias valiosas de aprendizado. Essa troca de experiências atinge diretamente aqueles que aspiram a alcançar patamares similares, mostrando não apenas os resultados, mas principalmente o caminho percorrido para chegar lá.

Portanto, o Seven proporciona um ambiente ricamente focado em histórias que inspiram, mas também dedica um espaço significativo para discussões sobre as técnicas e estratégias utilizadas por esses profissionais para alcançar seus resultados impressionantes.

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Vitor Horvath