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A potência Keinemusik em São Paulo; veja como foi o evento

A potência Keinemusik em São Paulo; veja como foi o evento

O cenário cosmopolita do centro de São Paulo se tornou palco para uma das apresentações mais insanas (e aguardadas) do ano: Adam Port e &Me. Dois dos integrantes da crew Keinemusik vieram para o Brasil no último final de semana e não só mostraram a força do Afro House, como atraíram uma multidão de mais de 16 mil pessoas no Vale do Anhangabaú no sábado, 23. A festa, que no total teve duração de 10 horas, ainda contou com o warm up de Malive, brasileiro em constante ascensão na cena eletrônica e Curol, um dos nomes proeminentes do subgênero no Brasil que vem conquistando espaço nos maiores festivais e festas mundo afora.

Foto: @jorgealexandre

O clima fresco e agradável colaborou para deixar a atmosfera entre público e som ainda mais harmonioso. Os prédios históricos ao redor, incluindo o icônico Farol Santander iluminado de azul, deram um charme à parte e fez jus a missão do grupo de tocarem em lugares onde se sentem bem conectados com o ambiente. Já o público, justamente para reforçar a conexão com o grupo e sua estética única, apostou em uma diversidade de looks que iam desde o street style a produções bem elaboradas, sempre com o lenço em destaque.

Um long set cheio de surpresas

Após um set suave de duas horas de Curol, foi a vez de Adam Port e &ME assumirem o comando da festa. Inicialmente, haveria uma atração surpresa para fechar o evento, inclusive, a presença ilustre de Vintage Culture no camarote arrancaram especulações de que ele entraria para “completar o trio”. No entanto, a dupla mostrou o porquê são um dos nomes mais hypados do momento e concluíram um long set elegante de 6 horas que não deixou ninguém parado.

Os celulares, como era de se esperar, se ergueram nos momentos mais marcantes, especialmente durante hits de mais sucesso como Move, Cesara Lina e The Dream. No entanto, ao contrário do que se vê em recortes nas redes sociais, a pista permaneceu em pura vibração ao longo de toda a jornada musical. A dupla foi além do previsível: surpreendeu ao incorporar um funk brasileiro sem cortes para homenagear à cultura nacional, resgatou músicas nostálgicas para envolver ainda mais o público e finalizou a noite com um remix de Move com batidas voltadas para o funk. Uma construção de set incrível que deixou todo mundo com a sensação de ‘quero mais’.

Estrutura e organização deram um show à parte

Foto: @hallumedia

Ao passar as catracas do backstage várias surpresas: espaços amplos e inúmeros pontos de descanso com sofás, telões, bares exclusivos, banheiros limpos e organizados, zero filas para absolutamente qualquer coisa e uma segurança ímpar para transitar até a pista – era preciso bipar a pulseira na catraca e em seguida pegar uma outra para garantir a volta para a área exclusiva.

Como o palco estava estrategicamente posicionado, a pista também não deixou a desejar e ofereceu uma experiência confortável para o público: mesmo quem estava mais distante conseguiu enxergar a dupla tocando e havia telões espalhados no fundo para ninguém perder nenhum detalhe, bem como bares sem filas.

A história por trás de tanto hype

Desenvolvido por cinco mentes brilhantes, entre elas &ME, Adam Port, Rampa, Reznik e a designer Monja, em 2009, na Alemanha, o objetivo do Keinemusik sempre foi criar músicas que não se prendiam em um único gênero ou estilo, mas que fluísse harmonicamente entre as vertentes do techno, house, disco e outras, tanto que a tradução livre do alemão ‘Keinemusik’ significa “nenhuma música”.

No início da década de 2010, mesmo com uma compreensão limitada sobre o potencial da internet, o coletivo apostou estrategicamente nas redes sociais para divulgar seu trabalho. Paralelamente, eles lançaram sua própria gravadora, que rapidamente se tornou uma vitrine para a disseminação do afro house na cena eletrônica. Essa autenticidade não apenas garantiu visibilidade, mas também atraiu uma base sólida de fãs, o que torna hoje o Keinemusik como um dos percursores e mais influente grupo da vertente no mundo.

Esta não foi a primeira vez da crew em solos brasileiros, mas pode ter certeza que o centro de São Paulo foi palco para um dos eventos que entraram para a história da cena eletrônica nacional, com uma vibe indescritível do começo ao fim, onde ninguém ficou parado e o sentimento de união, o mesmo disseminado pelo grupo, se manteve presente em todos os momentos. Eles mal foram, mas já estamos ansiosos pelo “come back to Brazil soon”.

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Julia Paiva