Com a volta dos vôos, paisagens deslumbrantes e uma viagem na história – das missões jesuíticas até Che Guevara, Córdoba está reaberta para os brasileiros
Muitos brasileiros ainda não sabem, mas já é possível novamente reservar vôos saindo de Rio de Janeiro ou Florianópolis para visitar Córdoba, a segunda maior cidade da Argentina, capital do estado que fica exatamente no centro do país. E mesmo para quem se programou para visitar Buenos Aires, uma esticada até lá pode ser uma boa ideia, já que é a cidade com passagens mais baratas a partir da capital portenha. Situada a meio caminho entre Rosário e Mendoza, cidades mais conhecidas dos turistas brazucas, Córdoba, a capital, é conhecida pelo patrimônio histórico e cultural. Entre outras atrações, se destaca ali o bairro jesuíta, construído pelos missionários que primeiro chegaram à região. A Manzana Jesuitica, seu nome em espanhol, é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco e compreende universidade, igreja, a residência dos padres jesuítas e o colégio Montserrat. Esse conjunto, juntamente com as cinco estâncias jesuíticas nas serras cordobesas, permite visualizar e experimentar aquilo que a Unesco definiu como “uma experiencia religiosa, social e econômica sem precedentes”, que durou mais de 150 anos. Outras igrejas, como a Capuchinhos, oficialmente chamada Iglesia del Sagrado Corazón, também valem uma visita pelo valor histórico e artístico.
As atrações são tantas que é até difícil listar. A cidade sedia a mais antiga universidade da Argentina, tem população jovem e intensa vida noturna, com inúmeras opções de bares, restaurantes e baladas. Há desde feiras enormes, que têm antiguidades, artesanato e comida, como o Paseo de Las Artes, até passeios pelas impressionantes montanhas vizinhas. O centro histórico, em torno da Plaza San Martín, é bonito e tem ótimas opções gastronômicas. O Mercado de la Ciudad, situado em um prédio histórico, permite provar a qualidade dos queijos, vinhos e embutidos da região.
A cidade também fica a apenas uma hora de carro do maciço de Los Gigantes, um agrupamento rochoso de 350 milhões de anos, que ganhou seu nome por ser composto por gigantescas pedras graníticas. Além do visual impressionante para quem gosta de fazer trekking, é um ponto obrigatório dos praticantes de escalada esportiva, com mais de 400 rotas equipadas.
Outra cidade próxima da capital é Alta Gracia, a meia hora de carro. Além do turismo de aventura, comum a toda a região, com opções de trilhas, cachoeiras, bosques e montanhas, ali há o museu Che Guevara, na casa onde o líder revolucionário passou parte da infância e juventude. Entre outros itens, ali está “La Poderosa”, a moto celebrizada pelo filme Diários de Motocicleta. A memória dos jesuítas também está presente, com a Estancia Jesuítica, um belo edifício antigo que faz parte do conjunto declarado Patrimônio da Humanidade. E, também por obra deles, a represa de El Tajamar, um feito de engenharia rodeado por belas construções e um parque que convida a um passeio ou um piquenique.
Outro passeio que vale muito a pena são as cidades fundadas pelos imigrantes alemães. Villa General Belgrano, a uma hora de carro, tem uma arquitetura com diversos prédios no estilo bávaro, e tem fama por sediar a principal Oktoberfest do país hermano. A festa só acontece em outubro, mas durante o verão a cerveja artesanal continua sendo uma atração. A poucos quilômetros de lá fica La Cumbrecita, uma pequena vila histórica que parece saída de contos de fadas. Ela mantém ainda construções dos imigrantes originais, e no centro é proibida a entrada de automóveis, o que ajuda a reforçar a sensação de viagem no tempo.
Como chegar: Córdoba já tem vôos disponíveis a partir de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Florianópolis. Todas as outras cidades ficam nos arredores
Onde ficar: em Córdoba há todo tipo de hospedagem, de grandes hotéis como Windsor, Amerian, Howard Johnson, Holiday Inn, até hotéis-boutique como o Sacha Mistol e hostels como Aldea e Link Cordoba. Em Alta Gracia há hotéis como o San Miguel, pousadas como a Sierras de Cordoba. Em Villa General Belgrano há hotéis-boutique como o Blackstone e o Böden, na montanha, e apart-hotéis como o Windmuhle. Em La Cumbrecita há pequenos hotéis simpáticos como Panorama e Aires Serranos, além de chalés como Aguas Claras e Tá Péfka.
O que comer: Em Córdoba há de tudo, de restaurantes internacionais como Sibaris e Belgrano 1340 a churrasco como no Parrilla de Raul e no Alcorta Carnes y Vinos, passando por frutos do mar como no La Cocina de Fazzio. Em Villa General Belgrano há restaurantes como Potre Resto Bar, Quercus, alemães típicos como o Bierkeller e cafeterias como a Rissen. Em Alta Gracia há restaurantes como o Herencia, o Bistro del Alquimista. Em La Cumbrecita há restaurantes típicos como Engel, Bar Suizo e La Colina.