Você chega ao Vale de Millahue em busca de um vinho excepcional, mas o que encontra na VIK é uma emboscada da arte. A promessa de um grande terroir se cumpre na eleita melhor vinícola do Chile e Top 3 do mundo pelo World’s Best Vineyards 2023 e responsável pelo icônico VIK 2021 e seus 100 pontos de James Suckling.
Mas é a arquitetura arrojada do hotel, com seu teto de titânio ondulado, que anuncia um dos projetos enológicos mais ambiciosos da América do Sul. Fundada pelo casal Alexander e Carrie Vik após uma pesquisa continental por um terroir ideal, natureza, ciência e arte se encontram nos 4.300 hectares da Viña VIK.

A verdadeira surpresa, no entanto, é revelada ao abrir a porta de uma de suas 22 suítes temáticas ou dos sete bangalôs de vidro, que oferecem uma vista de 360 graus para os vinhedos, a Cordilheira dos Andes e parque natural.
Cada quarto é uma exposição particular de um artista diferente. Em uma, você dorme imersa nas obras de Gonzalo Cienfuegos; em outra, nos traços de Javier de Aubeyzon. A genialidade da VIK é esta: transformar o luxo em uma experiência artística imersiva.

Minha escolha foi pela imersão completa: a hospedagem full board, do café da manhã ao jantar. Mas a experiência se molda ao desejo e fôlego enogastronômico de cada um, com diferentes pacotes disponíveis.
A jornada de bem-estar é parte indissociável da filosofia local: solicitei uma aula de yoga, relaxei em uma massagem restauradora e explorei os vinhedos em um inesquecível passeio a cavalo, mas a oferta se estende a trilhas de bike e demais serviços de bem-estar.

O conceito da horta à mesa se traduz em ingredientes colhidos minutos antes de chegarem ao seu prato, seja no restaurante Milla Milla com vistas panorâmicas para a piscina de borda infinita e para o vale, seja no VIK Zero, o restaurante agroecológico situado dentro do jardim La Huerta.
No tour pela adega, a visão holística se completa. Projetada pelos renomados arquitetos Smiljan Radic e Loreto Lyon, a estrutura dialoga com a paisagem por meio de um design sustentável, com teto translúcido para luz natural e um espelho d’água para climatização passiva.
Lá dentro, sob a liderança do enólogo-chefe Cristián Vallejo, a magia acontece com uvas colhidas manualmente à noite, fermentação espontânea e envelhecimento em barris de carvalho francês. As garrafas repousam na Cava entre obras de arte, como os murais de Eduardo Cardozo que ilustram as camadas do terroir.

Foi ali que conheci a história da primeira garrafa pintada, e que define o espírito do lugar: dizem que, para inspirar um artista a decorar uma das suítes, deram-lhe uma garrafa de vinho. A pintura do quarto não aconteceu nesse dia, mas da garrafa sim, resumindo a alma da VIK: a arte que nasce do vinho.
Uma visão que Carrie Vik, a cofundadora, transformou em realidade. Uma arte que hoje estampa as garrafas La Piu Belle – a encarnação da deusa da natureza, do amor, da fertilidade, da beleza e da arte – imprimindo nas garrafas o mito, a intensidade e a beleza exuberante que a Viña VIK faz questão de celebrar em cada safra.





