Lá de cima, Nova York não parecia um lugar para se viver — parecia um cenário onde os atores ensaiavam, os técnicos ajustavam as luzes e a trilha sonora era criada para nossa experiência, que estava prestes a começar.
Estávamos em um helicóptero que decolou do Pier 6, sobrevoando o distrito financeiro com seus blocos de concreto tão familiares para quem é de São Paulo. Dali, circulamos pela Estátua da Liberdade, que continua recebendo, em ondas, os turistas que desembarcam dos ferryboats. A faixa verde do Central Park, pintada de azul por seus lagos, parece querer se expandir, mas é contida pelos prédios.

Nossa base foi o The Wall Street Hotel, a poucos passos da Bolsa de Valores e do touro de 3,5 toneladas que os turistas insistem em apalpar buscando sorte. O hotel, em contraponto à energia frenética da região, é discreto e elegante. A partir dele, vale esticar uma visita à recém-inaugurada Printemps, filial da centenária loja francesa que desembarcou em Manhattan com uma proposta de compras de luxo sob medida.
Seguimos para Little Island, uma ilha artificial com gramados, música ao vivo e gente esticada ao sol como se fosse praia. Ali perto, nos deparamos com o The Vessel, uma estrutura metálica em tons de cobre e formato de colmeia que virou símbolo do bairro de Hudson Yards.

Nas noites quentes, o tempo parece se alongar na cidade. Quem ajuda é a Times Square, que permanece acesa como se fosse meio-dia. Até que chegamos à Broadway, com seus espetáculos quase incriticáveis, como Moulin Rouge e Harry Potter and the Cursed Child.
CityPASS foi indispensável para visitar o Guggenheim e outros museus sem filas, o que faz diferença quando a sensação térmica passa dos 40 °C. A Quinta Avenida, que celebrou seus 200 anos, transformou-se em passarela de vitrines renovadas e tendências. Já o Rockefeller Center, no verão, troca sua pista de patinação por mesas, drinques e pratos para dividir.

Usamos o VIP Rock Pass, que dá acesso prioritário aos observatórios e aos bastidores dos estúdios onde são gravados programas como Saturday Night Live e The Tonight Show Starring Jimmy Fallon. Entre seus 19 edifícios art déco conectados por praças, jardins suspensos e obras de arte – marca de Abby Rockefeller, que selecionou esculturas e murais com símbolos de progresso e sabedoria —, é impossível não se encantar.
Nosso roteiro continuou até seu ponto mais esperado: o The Beam. Localizado no topo do Rockefeller, no “Top of the Rock”, recriamos a famosa foto Lunch atop a Skyscraper com trabalhadores almoçando suspensos no ar: um tributo à história da construção nova-iorquina. Sentados em uma viga metálica, vimos a cidade se descortinar em 180 graus, com o Central Park trazendo um respiro de natureza para toda a escala monumental de Manhattan.

E como luxo também se traduz à mesa, vale lembrar que Nova York reúne mais restaurantes estrelados pelo Guia Michelin do que qualquer outra cidade americana. Entre eles, o triestrelado Per Se, do chef Thomas Keller — que também brilha no documentário Chef’s Table ao lado de sua outra criação, o lendário The French Laundry.Na volta para o aeroporto, fomos com a AZ Transfer, empresa de brasileiros que transporta de celebridades e CEOs a jogadores de futebol. É difícil sair de Nova York sem sentir que o mundo encolheu — pode ser porque aqui, tudo parece possível.





